Se respeitados os limites, é possível fazer até mesmo duas cirurgias no mesmo dia
A cirurgia plástica, como qualquer outra, envolve uma série de riscos. Desrespeitar os cuidados indicados pelo médico pode trazer sérios problemas, como cicatrizes ou marcas indesejadas. As complicações podem ser graves, principalmente em pacientes idosos e em portadores de doenças.
Em primeiro lugar, é necessário escolher bem o profissional que irá realizar a operação, que pode ser uma lipoaspiração ou até mesmo uma cirurgia na região íntima. Apenas a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBPC) é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina como entidade organizadora dos cirurgiões plásticos.
“O paciente entra no site da organização e vê todos os médicos que têm o título. Caso já tenha indicação de algum médico, basta procurar no nosso site se o profissional está credenciado”, afirma o presidente da entidade, João de Moraes Prado Neto.
Passada essa primeira fase, cabe ao cirurgião definir se aquilo que o paciente solicita de fato se adapta ao quadro de saúde diagnosticado por exames laboratoriais e de imagem.
Antes do procedimento o indivíduo deve passar por uma série de exames, incluindo uma consulta com um cardiologista e outros procedimentos específicos, que dependem da área do corpo que será operada.
De acordo com Prado Neto, o corpo humano pode ser submetido a mais de um procedimento cirúrgico no mesmo dia, desde que respeitado o limite de cinco horas de cirurgia, que é o máximo que o organismo pode aguentar.
“Pacientes sem nenhuma doença podem fazer cirurgia de abdômen e mama ao mesmo tempo, por exemplo. Temos que tomar o cuidado de não associar cirurgias que causem agressões maiores.”
Se o paciente é fumante, a orientação é que fique longe do vício pelo menos durante os 15 dias que antecedem a cirurgia.
“O tabagismo é muito mais nocivo do que se imagina, provoca a redução da nutrição de oxigênio das artérias. Quando os pacientes são fumantes, a evolução da cirurgia é preocupante, principalmente nas cirurgias de abdômen e face.
Além do cigarro, o uso de certos remédios não é recomendado, pois pode haver interferência na coagulação do sangue.
“A aspirina é a maior vilã das cirurgias plásticas, mas até alguns remédios fitoterápicos, como a gincobiloba, o ginseng e a arnica, não devem ser ingeridos antes das cirurgias”, explica o especialista. A vitamina E também não é indicada.
Os cuidados após as cirurgias plásticas variam de acordo com cada procedimento.
“No caso da cirurgia de mama, movimentos com os braços precisam ser controlados. Na cirurgia de abdômen tem que cuidar ao sentar e ao deitar. Enfim, todas passam por cuidados rigorosos e o paciente precisa obedecer a orientação do médico, que compartilha com ele a responsabilidade pelo pós-operatório”, destaca o presidente da SBPC.